A ideia surgiu com o objetivo de contribuir com os profissionais da área médica que sofrem com o desabastecimentos de EPIs. Foto: Viviane Fabrini
Com a intenção de motivar as pessoas para uma atitude positiva durante este período de isolamento social vivido em função da pandemia de coronavírus (Covid-19) e contribuir com a proteção dos profissionais da área da saúde, que estão na linha de frente no atendimento aos pacientes com suspeitas da doença, a estudante de medicina, Maria Clara Fabrini e sua mãe, Viviane Hausen Lamas Fabrini, decidiram dedicar algumas horas do dia para fazer máscaras de proteção de tecido.
Formada em odontologia, a umuaramense, que atualmente estuda em São Paulo, retornou para a casa dos pais logo após a suspensão das aulas presenciais na Instituição onde estuda. Entre as lições online e a leitura de livros do curso, ela e a mãe, costuram as máscaras usando tecidos que tinham em casa.
Viviane, que é voluntária em outras ações, entre elas, o 'Bazar Vestindo Bem', realizado anualmente para arrecadar fundos para a Casa da Paz, conta que a ideia surgiu com o objetivo de incentivar a comunidade a contribuir com os profissionais da área médica, que sofrem, em muitos momentos, com o desabastecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), provocado pela corrida da população em busca deste equipamento de proteção.
“A ideia da Maria Clara de costurar estas máscaras de tecido veio do nosso ministro da saúde (Luiz Henrique Mandetta) que pediu para a população começar a usar máscaras que são reutilizáveis e laváveis para que a disseminação diminua na nossa comunidade. Os assintomáticos são a maioria e as pessoas não sabem que estão contraindo porque a transmissão já está comunitária e você usando uma máscara de tecido, se protege e protege as outras pessoas e também protege a turma da saúde, que vai poder ter máscaras descartáveis com mais acesso no mercado”, conta ela ao explicar que além de tecidos, as máscaras podem ser feitas de TNT (tecido não tecido), o que permite a lavagem várias vezes ao dia.
Motivar mais pessoas
Entusiasta de boas iniciativas, Viviane mantém em na sua rede social, no Instagram, postagens diárias sobre informações relacionadas as mais variadas áreas. Nos stories compartilhados ela dá dicas de prevenção e de ações que podem ser feitas por todos. Para acompanhar as postagens basta buscar @vivifabrini.
“Queremos inspirar as pessoas, porque fazer máscaras de tecido é uma coisa muito viável. Nós temos muitas costureiras, muitas pessoas com boa vontade. Essa 'corrente do bem' que a gente pode formar na nossa cidade para que todos nós possamos usar estas máscaras e melhorar o nosso sistema”, afirma ao dizer também que “é importante que o Brasil tenha esse movimento e que isso vire uma rotina de todos e que nós usemos as máscaras de tecido para contribuir com o nosso sistema de saúde, que vai receber essa pandemia de maneira muito dura”, pontuou.
Quem deve usar máscaras de tecido
Antes preconizada apenas para os profissionais da área da saúde ou para os pacientes com sintomas de gripe ou resfriado, agora as máscaras estão sendo recomendadas também para toda a população, isso porque a transmissão da doença se tornou comunitária, ou seja, não é mais possível descobrir quem está infectado ou não e, sendo assim, uma pessoa sem sintomas da doença, assintomática, pode transmitir para outra. Por isso, desde quarta-feira (1), o uso da máscara passou a ser recomendada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que além do isolamento social, defende que as máscaras cirúrgicas ou hospitalares de proteção respiratória sejam usadas apenas pelos médicos ou por pacientes com a doença.
“Não é difícil fazer a máscara. Você pode ter quatro ou cinco de uso individual, trocando sempre lavando com frequência. Ninguém mais deve usar, só você. Não existe um protocolo para máscaras de pano. É uma recomendação. Uma maneira de ajudar que o consumo seja menor, para que possamos ultrapassar essa barreira de abastecimento”, disse Mandetta durante entrevista coletiva na última quarta-feira ao falar sobre a escassez do produto.
De acordo com o ministro, as máscaras feitas de tecido ou de tnt contribuem para que os profissionais da área da saúde possam ter a sua disposição este EPI (Equipamentos de Proteção Individual), que está em falta no mercado por conta da alta demanda. "O que a gente acha também é que (a oferta de máscaras) vai ser mais uma das condicionantes para que a gente possa abastecer o sistema de saúde e ao mesmo tempo manter um padrão social equilibrado em relação a essas questões", disse Mandetta.
Como fazer sua máscara
Na internet - em plataformas como o youtube ou nos sites de busca como o google - é possível ler ou assistir dezenas de tutoriais que explicam como produzir e usar as máscaras de tecido. Em uma delas, que pode ser vista em https://www.youtube.com/watch?v=DC0BU8zgHxs, o leitor vai encontrar dicas de como fazer este EPI. Já no endereço eletrônico www.pfarma.com.br é possível ter acesso a informações e dicas importantes que devem ser observadas na hora de usar a máscara feita de tecido ou TNT.
Cuidados
Alguns cuidados são importantes para manter as máscaras limpas. Segundo o Ministério da Saúde é recomendavel que elas sejam higienizadas várias vezes ao dia com o uso de água sanitária, sabão neutro ou ainda hipoclorito de sódio. A recomendação é que a higienização seja feita a cada duas horas, por isso, é importante ter mais que uma.
Outro detalhe importante também é que as pessoas não manuseiem as máscaras com as mãos na parte frontal, mas nas extremidades, onde existem os elásticos. Cuidados onde se deixa o IPI ao retirá-lo também é importante, pois superfícies contaminadas contaminam outros objetos.